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micro TUBO DE ENSAIO VIII

ELOGIO DA FALHA - A FALHA TRÁGICA

29 agosto 2020

Sábado, das 16 às 19h       

Oficina online - não é necessária qualquer experiência prévia.

 

INSCREVA-SE AQUI 

* Sobre a oficina *

‘Mas é do buscar e não achar que nasce o que eu não conhecia, e que instantaneamente reconheço. A linguagem é o meu esforço humano. Por destino, tenho que ir buscar e por destino volto com as mãos vazias. Mas volto com o indizível. O indizível só me poderá ser dado através do fracasso de minha linguagem.

Clarice Lispector, A paixão segundo G.H

Hybris

 ...a tragédia realiza-se a partir da ultrapassagem do métron (…) pelo simples mortal, a partir, portanto, de uma transgressão feita, ou seja, de uma violência contra a ordem social e, necessariamente, contra os deuses imortais: a hybris. (...) Isto provoca a némesis, (…), o ciúme divino. Contra o herói é lançada a Até, a cegueira da razão. Tudo que o hypocrités (o ator possuído pelo êxtase) fizer, reverterá contra si mesmo. Em seguida ele estará subjugado pela moira, pelo destino cego, sem apelo. 

Selma Calazans, E-Dicionário de Termos Literários

 

   “Com este termo, intraduzível para as línguas modernas, os gregos entenderam qualquer violação da norma da medida, ou seja, dos limites que o homem deve encontrar em suas relações com os outros homens, com a divindade e com a ordem das coisas” 

Abbagnano 2003:520  

 

 

‘Elogio da falha – A falha trágica' é a oitava edição do projeto ‘Tubo de Ensaio’ que, em sua versão online, adaptada para a quarentena, recebeu o apelido de ‘Micro Tubo de Ensaio’. A proposta se mantém: uma série de experimentos temáticos voltados à dança, em uma abordagem transversal e emancipatória. Em função de cada tema, utilizamos dinâmicas corporais, a escrita, a psicanálise, a tragédia, a fotografia, o desenho, e demais artes e ciências enquanto legados humanos, e por isso, ao alcance de todos. A oficina é aberta a pessoas com as mais diversas trajetórias, não sendo necessária qualquer experiência prévia.

 

Essa edição é a primeira feita a dois corpos, quatro mãos, duas existências; foi concebida e organizada com a performer, escritora e amiga, Ravenna Veiga.

 

De caráter teórico-prático, a oficina busca explorar o conceito da falha, tanto de uma perspectiva etimológica, quanto existencial, filosófica e trágica. Entrelaçando os mitos de Medusa e Aracne às noções de medida (Metron), desmedida (Hybris) e a inevitabilidade das consequências (Moira), queremos investigar junto aos participantes como as ideias de fracasso, falha, desmedida, insucesso, erro, em suma, insuficiência ou excesso diante da justa medida (imaginária, simbólica ou real), repercutem nas linguagens corporais e escritas.

 

O elogio da falha vem da intuição de que, somente ao levar a língua e o corpo aos limites do fracasso, no silêncio da impossibilidade, na insuficiência da mente instrumental, errância radical, seria possível o contato com o indizível.

 

Nesta oficina a falha trágica surge como dispositivo de provocação para o corpo em movimento e para a escrita poética. Talvez possamos falar sobre o sujeito que comete a desmedida e se desvincula do coro, mas como transformar a reflexão em ação? Como nos gestos e na palavra escrita a hybris pode ser dispositivo para a criação?  Em tempos de isolamento social, que regras estabelecidas podem impor o inevitável a um conjunto de pequenas telas, a quilômetros de distância? Não propomos nenhuma resposta a estas perguntas, uma vez que buscamos investigar e conhecer coletivamente os percursos de investigação em corpos diferentes, com diferentes trajetórias. 

INSCREVA-SE AQUI 

* Programa *

* Metron - a justa medida

* Hybris - a desmedida, a falha

* Moira - o inevitável

* Valores *
Valor mínimo: R$ 50

Valor ideal: R$ 60 (R$ 10 serão destinados à Elas tecem resistências/@elastecemresistencias) 

Desconto para quem já participou de alguma das oficinas do Tubo de Ensaio

Valor mínimo: R$ 45

Valor ideal: R$ 55 (R$ 10 serão destinados à Elas tecem resistências/@elastecemresistencias)

Se você tem o desejo de participar, mas não tem condições de arcar com esses valores, entre em contato pelo email: estudiokairosflamenco@gmail.com 

* Quem somos *

Ravenna Veiga

Foto esquerda: Ravenna Veiga/Foto direita: Taine Payayá

Performer e escritora, interessada no feminino em mitologias, na tragédia grega e nas interações entre dança e escrita poética. Foi contemplada pelo Arte Como Respiro: Múltiplos Editais de Emergência (2020), do Itaú Cultural, com a obra “Futuro (6 caracteres)’’ e em primeiro lugar pelo PROAC 2019 com o projeto de performance/literatura O Silêncio de Cassandra, cuja obra resultante será publicada pela Mocho Edições em 2020. Tem contos publicados nas revistas Pixé (2020), Ruído Manifesto (2019) e na newsletter Faísca (Revista Mafagafo). 

 

Participou do projeto Tubo de Ensaio, na edição A Ética Erótica: O Bem Dançar ao lado da bailarina Maissa Bakri, abordando relações entre corpos femininos, sexualidade, dança e escrita. Em 2019 participou das oficinas Corpo-Voz na Tragédia (Oficina Cultural Oswald de Andrade) e Experimento Fragmentos Trágicos (SP Escola de Teatro), posteriormente vindo a integrar a Cia Energós, núcleo de teatro da Areté – Centro de Estudos Helênicos, sob a mesma coordenação de Leonardo Antunes e Jean Pierre Kaletrianos, com a qual apresentou o Experimento Erechtheus (2019, SP Escola de Teatro). Como projeto de cena em Comunicação das Artes do Corpo, atuou na peça O Canto da Cabra (2019) a partir da tragédia Agamêmnon, de Ésquilo e outras passagens do ciclo troiano, sob direção e orientação de Antônio Rogério Toscano. É artista residente do Centro de Referência da Dança de São Paulo.  De 2013 a 2020 fez aulas de dança flamenca na Cuadra Flamenca, com Vera Alejandra.  Atua como produtora cultural autônoma, escrevendo projetos de teatro, dança e literatura e auxiliando em sua gestão. Foi estagiária no Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural (2013-2015) e no Centro Cultural São Paulo (2016-2018).

Maissa Bakri

Foto esquerda: Carla Barbosa/Foto direita: Ignacio Aronovich

Professora, dançarina e coreógrafa de dança flamenca. Tem graduação em Ciências Biológicas e mestrado em antropologia nutricional pelo Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP, com ênfase nas relações entre ecologia, cultura, alimentação e saúde. Faz constantes imersões pela escrita e a psicanálise, buscando descidas transversais, muitas vezes incômodas, mas sempre recompensadoras.

Paulistana, desde cedo mantém relação com a dança e a expressão corporal. Aos 7 anos, iniciou-se na ginástica rítmica e no jazz. Explorou, em diferentes momentos de sua trajetória, as danças de salão, a yoga, a dança do ventre, o teatro e o butô. Descobriu o flamenco em 2006 e, desde então, vem se aperfeiçoando com renomados profissionais, no Brasil e na Espanha, como Vera Alejandra e Andrea Guelpa, além de destacados bailaores e coreógrafos espanhóis, entre eles: Manuel Liñán, Juana Amaya, Jesús Carmona, Juan Paredes, Rafaela Carrasco, Concha Jareño, Joaquin Ruiz, Marco Flores, Carmen La Talegona, Domingo Ortega, Inmaculada Ortega e Yolanda Heredia.

Atua como professora, dançarina e coreógrafa em São Paulo: na Cuadra Flamenca, em Pinheiros, e no Estúdio Kairós Flamenco, que dirige desde 2018, no Bixiga. Ministra cursos regulares e intensivos e desenvolve oficinas e cursos em outras instituições e eventos. Integra a Cia. Cuadra Flamenca de dança, dirigida por Vera Alejandra, com presença na cena cultural paulista, em eventos como: Circuito Cultural Paulista, Virada Cultural Paulista, Festival Satyrianas, Instituto Cervantes, Restaurante Paellas Pepe, Livraria da Vila, entre outros.

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