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Espaço [Entre] Mundos e Estúdio Kairós Flamenco convidam:

TUBO DE ENSAIO IV – OS TEMPOS DO CORPO: COMPASSO E ACELERAÇÃO NA DANÇA FLAMENCA

24 agosto 2019

Sábado, das 15 às 19h       

Espaço [Entre] Mundos – Rua Fortaleza 190 – Bixiga (São Paulo)

 

INSCREVA-SE AQUI

 

Carga horária: 4h

Público-alvo: estudantes e profissionais de dança flamenca e de outras modalidades de dança; escritores, artistas visuais, artesãos e interessados em geral

Pré-requisitos: sem pré-requisitos

Organização: Estúdio Kairós Flamenco e Espaço [Entre] Mundos

Vagas limitadas! Máximo de 10 participantes por oficina.

*Evento sujeito a número mínimo de participantes

Inscrições com desconto até 09 agosto (sexta): R$ 135

A partir de 10 agosto: R$ 150

Valor especial para quem já participou dos Tubos de Ensaio I, II ou III: R$ 125 (até 09 agosto) e R$ 135 (a partir de 10 agosto) 

Encerramento das inscrições: 21 agosto

* Sobre a oficina *

‘Os tempos do corpo: compasso e aceleração na dança flamenca’ é a quarta oficina do projeto 'Tubo de Ensaio', uma série de experimentos temáticos voltados à dança, com foco na dança flamenca. De abordagem transversal¹, é aberto a pessoas com as mais diversas trajetórias, não sendo necessária experiência em dança.

Com caráter teórico-prático, a quarta edição do projeto busca explorar as noções de tempo na dança flamenca, não somente em relação ao compasso e à divisão rítmica (com seus efeitos e demandas sobre os corpos), mas também aos dilemas da aceleração na atualidade e aos aspectos masculinos e femininos dos tempos fortes, contratempos e síncopas².

A ideia surgiu da leitura do livro “O tempo e o cão: a atualidade das depressões”, de Maria Rita Kehl ³, em que ela argumenta sobre o aumento dos casos de depressão e sua relação com a urgência que a vida contemporânea imprime à experiência subjetiva do tempo. Impaciência, ansiedade, rapidez de realizações, variações bruscas de referências e o colapso dos tempos intermediários convergem na pura pressa, via alienada de produção de sentido. A apropriação do tempo requer a capacidade de suportar a angústia de existir. Demanda o abandono da obsessão pelo futuro e pela completude ao se caminhar junto aos tempos curtos, rumo à morte.

De forma mais concreta, identifico dois desafios atuais no ensino/aprendizagem da dança flamenca, bem como em meu próprio desenvolvimento enquanto dançarina. O primeiro é conter a aceleração dos tempos e das demandas, seja nos sapateados que correm à frente dos compassos, seja na densidade dos movimentos, que a pressa retira dos corpos. Sem gravidade, não podem se apoiar no chão. A segunda dificuldade consiste na rejeição generalizada ao feminino e seus tempos, com a valorização da força, da assertividade e dos tempos fortes. Ou, ainda, na crescente invasão do tempo por substância, passos, sons, durezas; espécie de tempo fálico, cheio, sem espaços ou fendas. Embora impressione, não demora a tornar-se entediante.

Assim, nessa oficina, pretendo trabalhar as faces femininas do tempo (contratempos e síncopas) e explorar as dificuldades da lentidão, do repouso, da espera, do silêncio, da ponderação, do peso, para que seja possível brincar ao redor dos limites impostos pelo tempo linear e cronológico.

Evitando a lógica da explicação e da subordinação de uma inteligência a outra, a oficina atua por meio das leituras indicadas, das trocas entre os participantes, da criação de novas narrativas e da expansão do repertório teórico, corporal, expressivo e técnico de cada um, independentemente de suas experiências prévias.

 

¹ No sentido dos “elementos inconscientes que trabalham secretamente especialidades por vezes muito heterogêneas”. Féliz Guattari e Sueli Rolnik. Cartografias do desejo. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.

² Daniella Lima. Entrevista com Antonio Nóbrega. Gestos: práticas e discursos. Rio de Janeiro: Cobogó, 2013.

³ Maria Rita Kehl. O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo, 2015.

* Programa *

  • Cronofagia – devorar o tempo (prática de produção textual)

  • Silêncio de Alegrias (prática corporal e de manipulação de argila)

  • Tempo feminino (contratempos e síncopas)

  • Larghissimo 19BPM (prática muito, muito lenta)

  • Comer sem pressa! (confraternização - acepipes incluídos – apoio Tabieh)

INSCREVA-SE AQUI

 

* Sobre a professora *

Maissa Bakri é professora, bailarina e coreógrafa de dança flamenca. Tem graduação em Ciências Biológicas e mestrado em antropologia nutricional pelo Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP, com ênfase nas relações entre ecologia, cultura, alimentação e saúde. Faz constantes imersões pela escrita e a psicanálise, buscando descidas transversais, muitas vezes incômodas, mas sempre recompensadoras.

Paulistana, desde cedo mantém relação com a dança e a expressão corporal. Aos 7 anos, iniciou-se na ginástica rítmica e no jazz. Explorou, em diferentes momentos de sua trajetória, as danças de salão, a yoga, a dança do ventre, o teatro e o butô. Descobriu o flamenco em 2006 e, desde então, vem se aperfeiçoando com renomados profissionais, no Brasil e na Espanha, como Vera Alejandra e Andrea Guelpa, além de destacados bailaores e coreógrafos espanhóis, entre eles: Manuel Liñán, Juana Amaya, Jesús Carmona, Juan Paredes, Rafaela Carrasco, Concha Jareño, Joaquin Ruiz, Marco Flores, Carmen La Talegona, Domingo Ortega, Inmaculada Ortega e Yolanda Heredia.

Atua como professora em São Paulo: na Cuadra Flamenca, em Pinheiros, e no Estúdio Kairós Flamenco, no Bixiga. Ministra cursos regulares e intensivos e desenvolve oficinas e cursos em outras instituições e eventos. 

Integra a Cia. Cuadra Flamenca de dança, dirigida por Vera Alejandra, com presença na cena cultural paulista, em eventos como: Circuito Cultural Paulista, Virada Cultural Paulista, Festival Satyrianas, Instituto Cervantes, Restaurante Paellas Pepe, Livraria da Vila, entre outros.

* Trechos selecionados das referências bibliográficas indicadas a seguir serão enviadas para os inscritos. A leitura (cerca de 12 páginas) deve ser feita previamente à oficina, pois as dinâmicas são organizadas em torno desse conteúdo.*

Maria Rita Kehl. O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo, 2015.

Merce Cunningham. Espaço, tempo e dança. Merce Cunningham Trust. Disponível em: https://www.mercecunningham.org/the-work/writings/space-time-and-dance/  . Acesso: 29 jul 2019.

Joel Birman. Cartografias do feminino. São Paulo: Ed. 34, 1999.

Gwynne Edwards. Flamenco!. London: Thames & Hudson, 2000.

Alan Badiou. A dança como metáfora do pensamento. In: Pequeno Manual de Inestética. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

Daniella Lima. Entrevista com Antonio Nóbrega. In: Gestos: práticas e discursos. Rio de Janeiro: Cobogó, 2013.

Jacques Ranciére. O mestre ignorante – Cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

Maura Baiocchi. Butoh – Dança veredas d’alma. São Paulo: Palas Athena, 1995.

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