Espaço [Entre] Mundos e Estúdio Kairós Flamenco convidam:
TUBO DE ENSAIO I I – “SOLAR: AUTONOMIA E CONEXÃO NA DANÇA”
09 MARÇO 2019
Sábado, das 15 às 19h
Espaço [Entre] Mundos – Rua Fortaleza 190 – Bixiga (São Paulo)
Contato: estudiokairosflamenco@gmail.com
Carga horária: 4h
Público-alvo: estudantes e profissionais de dança flamenca e de outras modalidades de dança; escritores, artistas visuais, artesãos e interessados em geral
Pré-requisitos: sem pré-requisitos
Organização: Estúdio Kairós Flamenco e Espaço [Entre] Mundos
Vagas limitadas! Máximo de 10 participantes por oficina.
*Evento sujeito a número mínimo de participantes
Inscrições com desconto até 21 fevereiro: R$ 135
Valor especial para quem já participou do ‘Tubo de Ensaio I – Las manos’: R$ 125 (até 21 fevereiro)
A partir de 22 fevereiro: R$ 150
Encerramento das inscrições: 01 março
* Sobre a oficina *
'Solar: autonomia e conexão na dança’ é a segunda oficina do projeto 'Tubo de Ensaio', uma série de experimentos temáticos voltados à dança, com foco na dança Flamenca. De abordagem transversal¹, é aberto a artistas de diferentes vertentes e pessoas com as mais diversas trajetórias, não sendo necessária experiência em dança.
Com caráter teórico-prático, a segunda edição do projeto busca explorar os dilemas da autonomia e da conexão na dança flamenca (e nas relações cotidianas). Na era do narcisismo, noções como individualismo, competição e egocentrismo são muitas vezes confundidos com a autonomia, substantivo feminino que se refere à liberdade e à capacidade de, pelo esforço da própria reflexão, dar a si mesmo seus princípios de ação. Mas como manter e desenvolver a autonomia, enquanto espaço de preservação da integridade de si e, ao mesmo tempo, abrir-se ao som, à voz, às palmas, ao público, aos ensinamentos de um maestro, à reverberação dos movimentos de outros bailarinos, artistas, companheiros?
O enfrentamento desse dilema orienta as práticas e discussões dessa oficina. Evitando a lógica da explicação e da subordinação de uma inteligência a outra, a oficina atuaria por meio das trocas entre os participantes, da criação de novas narrativas e da expansão do repertório teórico, corporal, expressivo e técnico, de cada um, independentemente de suas experiências prévias.
¹ No sentido dos “elementos inconscientes que trabalham secretamente especialidades por vezes muito heterogêneas”. Féliz Guattari e Sueli Rolnik. Cartografias do desejo. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.
* Programa *
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Solar: quem sola só? (prática de produção textual)
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Fragilidades: as cordas que nos sustentam, as órbitas que nos unem (dinâmica com barbantes)
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Seguiriya e o vazio do outro: ‘toda dança nasce da lama’ (prática de manipulação de argila)
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Contratempo e a solidão: quando resistir ao som? (estudo de compasso e baile)
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Eros e os riscos do corpo: quem dança em mim? (prática)
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Comer juntos! (confraternização - acepipes incluídos – apoio Tabieh)
* Sobre a professora *
Maissa Bakri é professora, bailarina e coreógrafa de dança flamenca. Tem graduação em Ciências Biológicas e mestrado em antropologia nutricional pelo Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP, com ênfase nas relações entre ecologia, cultura, alimentação e saúde. Faz constantes imersões pela escrita e a psicanálise, buscando descidas transversais, muitas vezes incômodas, mas sempre recompensadoras.
Paulistana, desde cedo mantém relação com a dança e a expressão corporal. Aos 7 anos, iniciou-se na ginástica rítmica e no jazz. Explorou, em diferentes momentos de sua trajetória, as danças de salão, a yoga, a dança do ventre, o teatro e o butô. Descobriu o flamenco em 2006 e, desde então, vem se aperfeiçoando com renomados profissionais, no Brasil e na Espanha, como Vera Alejandra e Andrea Guelpa, além de destacados bailaores e coreógrafos espanhóis, entre eles: Manuel Liñán, Juana Amaya, Jesús Carmona, Juan Paredes, Rafaela Carrasco, Concha Jareño, Joaquin Ruiz, Marco Flores, Carmen La Talegona, Domingo Ortega, Inmaculada Ortega e Yolanda Heredia.
Atua como professora em São Paulo: na Cuadra Flamenca, em Pinheiros, e no Estúdio Kairós Flamenco, no Bixiga. Ministra cursos regulares e intensivos e desenvolve oficinas e cursos em outras instituições e eventos.
Integra a Cia. Cuadra Flamenca de dança, dirigida por Vera Alejandra, com presença na cena cultural paulista, em eventos como: Circuito Cultural Paulista, Virada Cultural Paulista, Festival Satyrianas, Instituto Cervantes, Restaurante Paellas Pepe, Livraria da Vila, entre outros.
* Trechos selecionados das referências bibliográficas indicadas a seguir serão enviadas para os inscritos. Recomenda-se que a leitura seja feita previamente à oficina*
Byung-Chul Han. Agonia do eros. Petrópolis: Vozes, 2017.
Mary Douglas. Pureza e perigo – ensaio sobre as noções de poluição e tabu. Rio de Janeiro: Edições 70.
Joel Birman. Arquivos do mal-estar e da resistência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
Gilles Deleuze. Espinosa e o problema da expressão. São Paulo: Editora 34, 2017.
Corinne Frayssinet Savy. O paradoxo da performance flamenca – uma experiência sensível de interioridade trazida ao palco. Cahiers d’ethnomusicologie 21, 2008.
Maura Baiocchi. Butoh – Dança veredas d’alma. São Paulo: Palas Athena, 1995.
Dani Lima. Gestos: práticas e discursos. Rio de Janeiro: Cobogó, 2013.
Féliz Guattari e Sueli Rolnik. Cartografias do desejo. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.
Jacques Ranciére. O espectador emancipado. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
Gwynne Edwards. Flamenco!. London: Thames & Hudson, 2000.