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Espaço [Entre] Mundos e Estúdio Kairós Flamenco convidam:

TUBO DE ENSAIO V – ÉTICA ERÓTICA: O BEM DANÇAR

28 setembro 2019

Sábado, das 15 às 19h       

Espaço [Entre] Mundos – Rua Fortaleza 190 – Bixiga (São Paulo)

 

INSCREVA-SE AQUI

 

Carga horária: 4h

Pré-requisitos: sem pré-requisitos

Público-alvo: interessados em geral

Organização: Estúdio Kairós Flamenco e Espaço [Entre] Mundos

Vagas limitadas! Máximo de 10 participantes por oficina.

*Evento sujeito a número mínimo de participantes

Inscrições com desconto até 16 setembro (segunda): R$ 135

A partir de 17 setembro: R$ 150

Valor especial para quem já participou de alguma das oficinas do Tubo de Ensaio: R$ 125 (até 16 setembro) e R$ 135 (a partir de 17 setembro) 

Encerramento das inscrições: 25 setembro

* Sobre a oficina *

‘O corpo, ele devia deslumbrá-los mais’. ¹

 

‘Ética erótica: o bem dançar’ é a quinta oficina do projeto 'Tubo de Ensaio', uma série de experimentos temáticos voltados à dança, com foco na dança flamenca. De abordagem transversal², é aberto a pessoas com as mais diversas trajetórias, não sendo necessária experiência em dança.

 

Com caráter teórico-prático, a oficina busca explorar o conceito de ética erótica e suas possíveis relações com a dança, em específico com a dança flamenca. A ideia surgiu da leitura do livro ‘Ética erótica: uma maneira diferente de sentir’³, de Javier Sádaba, que explora uma ética não somente atrelada às obrigações e deveres, mas ao cultivo de uma ‘vida boa’, da imaginação, dos desejos; uma ética que valorize os sentidos e as diferentes formas de sentir. Essa nova ética buscaria criar pequenas obras de arte, cultivar contextos que façam aflorar as paixões alegres, sensibilizar a vida, coloca-la em estado de alerta, erotizá-la, de tal maneira que ‘as escamas da tristeza vão caindo’.

 

E se a ética diz respeito ao bem, à boa vida, o erotismo trata do excesso que é o corpo, dos encontros no abismo e das fusões mortais, da supressão dos limites, dos dispêndios improdutivos. “Só o que há é universo inacabado”, quando os seres humanos se “cansam de ser a cabeça e a razão do universo” e, transgredindo o impossível, fazem do abismo uma possibilidade precária de encontro. 4

Como, então, achar no outro o seu bem mais precioso? Encontrar os limites do ekstasis (= sair fora de si) e não reduzir eros ao encontro com a medida, o contrato, o conhecido, o mesmo?

 

Enfim, como dançar, como se oferecer ao olhar do outro e encontrar o outro dentro de uma ética que opera fora da lógica do prazer moderado, da utilidade, da atividade produtiva, da conservação da vida? Como dançar respondendo pelo impossível, pelo vazio, em vez de responder pela vida assegurada? Como suportar ‘a feiúra que é produzida pelo corpo despedaçado’?  Como suportar a dança, simultaneamente, como ‘exílio absoluto’ e ‘forma de comunicação profunda’? 5  Essas são algumas das questões (todas não respondidas) que a oficina busca explorar, desorientar, agitar.

 

Evitando a lógica da explicação e da subordinação de uma inteligência a outra, a oficina atua por meio das leituras indicadas, das trocas entre os participantes, da criação de novas narrativas e da expansão do repertório teórico, corporal, expressivo e técnico de cada um, independentemente de suas experiências prévias.

¹ O Seminário, livro 20, Mais, ainda. Jacques Lacan. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

2 No sentido dos “elementos inconscientes que trabalham secretamente especialidades por vezes muito heterogêneas”. Féliz Guattari e Sueli Rolnik. Cartografias do desejo. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.

³ ‘Ética erótica: uma maneira diferente de sentir’. Javier Sádaba. Ediciones Peninsula, 2014.

4 Bataille, o pensador do corpo. Wesley Peres. Revista Cult, setembro 2013. Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/georges-bataille-o-pensador-do-corpo/> Acesso em: 10 set 2019.

5 Responsabilidade sexual. Dominique Fingermann e Ricardo Goldenberg. Café Lacaniano, novembro 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0MDsp2K9qAU> Acesso em: 10 set 2019.

* Programa *

  • Ex – ta – si, fora de si (prática corporal e produção textual/pintura sobre o corpo)

  • Sob a pele (vivência corporal com Ravenna Veiga)

  • Cante flamenco: a escuta do excesso e o encontro com a dança (estudo de letras/baile e manipulação de argila)

  • Agonia de eros - dança desperdício (prática inútil)

  • Bem comer! (confraternização - acepipes incluídos – apoio Tabieh)

INSCREVA-SE AQUI

 

* Sobre a professora *

Maissa Bakri é professora, bailarina e coreógrafa de dança flamenca. Tem graduação em Ciências Biológicas e mestrado em antropologia nutricional pelo Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP, com ênfase nas relações entre ecologia, cultura, alimentação e saúde. Faz constantes imersões pela escrita e a psicanálise, buscando descidas transversais, muitas vezes incômodas, mas sempre recompensadoras.

Paulistana, desde cedo mantém relação com a dança e a expressão corporal. Aos 7 anos, iniciou-se na ginástica rítmica e no jazz. Explorou, em diferentes momentos de sua trajetória, as danças de salão, a yoga, a dança do ventre, o teatro e o butô. Descobriu o flamenco em 2006 e, desde então, vem se aperfeiçoando com renomados profissionais, no Brasil e na Espanha, como Vera Alejandra e Andrea Guelpa, além de destacados bailaores e coreógrafos espanhóis, entre eles: Manuel Liñán, Juana Amaya, Jesús Carmona, Juan Paredes, Rafaela Carrasco, Concha Jareño, Joaquin Ruiz, Marco Flores, Carmen La Talegona, Domingo Ortega, Inmaculada Ortega e Yolanda Heredia.

Atua como professora em São Paulo: na Cuadra Flamenca, em Pinheiros, e no Estúdio Kairós Flamenco, no Bixiga. Ministra cursos regulares e intensivos e desenvolve oficinas e cursos em outras instituições e eventos. 

Integra a Cia. Cuadra Flamenca de dança, dirigida por Vera Alejandra, com presença na cena cultural paulista, em eventos como: Circuito Cultural Paulista, Virada Cultural Paulista, Festival Satyrianas, Instituto Cervantes, Restaurante Paellas Pepe, Livraria da Vila, entre outros.
* Sobre a artista convidada - Ravenna Veiga *
Artista do corpo, feminista e interessada nas distorções de imagem e estados psicofísicos provocados em corpos femininos pelas marcas da violência, pesquisando-as a partir das linguagens da dança e da performance. É integrante da ColetivA Brada, de dança, sendo artista residente do Centro de Referência da Dança de São Paulo, na criação de trabalho cênico, debruçando-se sobre questões de gênero a partir do pensamento do coreógrafo Rudolf Laban. Em 2017 realizou o projeto de cena Gangrena, com orientação de Francisco Medeiros. Cursou a graduação em Comunicação das Artes do Corpo (PUC-SP).

* Trechos selecionados das referências bibliográficas indicadas a seguir serão enviadas para os inscritos. A leitura (cerca de 12 páginas) deve ser feita previamente à oficina, pois as dinâmicas são organizadas em torno desse conteúdo.*

Javier Sádaba. Ética erótica: uma maneira diferente de sentir. Ediciones Peninsula, 2014.

Byung-Chul Han. Agonia do eros. Petrópolis: Vozes, 2017.

Alice Munro. O amor de uma boa mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

Nilton Bonder. A alma imoral: traição e tradição através dos tempos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Georges Bataille. O erotismo. São Paulo: Autêntica, 2013.

Sheila Heti. Maternidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Gwynne Edwards. Flamenco!. London: Thames & Hudson, 2000.

Jacques Ranciére. O mestre ignorante – Cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

 

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